Venda de noz
macadamia no Brasil: uma oportunidade atraente.
Palavras-chave: noz;
noz macadâmia; noz macadame; macadame; macadames;
produção de noz; preço da noz;
noz in-natura; venda de noz; agrocultura; cultura agrícola;
fatores determinantes da produção agrícola;
economia agrícola; gestão agrícola;
alimentos; frutos secos.
Key-words: nut; macadamia nut; macadam
nut; macadamia; macadamias; nut production; nut prices;
nut in-natura; nut sales; agriculture; agroculture;
determinant factors of agricultural production; food;
dry fruits.
Resumo. É analisado o processo de expansão
da produção de nozes macadame no Brasil
e comentado um conjunto de fatores que podem ser determinantes
na explicação de seu preço atraente
em termos comerciais.
Abstract. A short and focused study of the
expansion of macadamia production is developed and commented,
as well as the set of determinant factors which might
explain their price and maintain it attractive for producers.
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__A produção
e a venda de noz macadame ultrapassam mais de 50 (cinqüenta)
anos no Brasil. Portanto, ela alcança a senioridade
e não se classifica como nova.
A noz macadamia ou macadame à venda em supermercados,
lojas de secos e molhados, lojas de delicadezas, barraquinhas
especializadas em “nuts”, ditas em inglês,
ou disponíveis em cremes hidratantes e xampus,
é vista positivamente como um produto fino, refinado,
e que ainda é disponível em quantidade
limitada.
Daí, ao ter uma oferta pequena, o preço
da noz ainda é alto, o que retrai a demanda agregada
pelo produto e o faz afeito ao consumo de uma elite.
O preço da noz macadamia vendida no Brasil é
sumamente volátil e possui um espectro de variação
elevado. A noz macadamia pode ser encontrada desde os
R$ 26,00 o kilograma, in-natura, descascada e branca,
com a sua essência, seu centro à disposição,
até R$ 180,00, um preço bem mais alto
e salgado.
Naturalmente, esta variabilidade surpreende e atemoriza
o consumidor. Ele precisa a rigor encontrar um preço
atraente, que se situe numa faixa, e que não
apresente um desvio – padrão tão
exacerbado.
Porque seriam altos os preços da noz macadâmia?
Em face aos benefícios que a noz macadamia gera,
seus preços internos são bem atraentes
e baixos. Saudável, a noz aumenta a expectativa
de vida de quem a consome regularmente, diariamente,
em até mais sete anos, na média, segundo
levantamentos franceses (ver no site da Vinícola
e Fazenda ABN, www.vinicolabn.com.br ). Ademais, embora
à primeira vista por esta declaração
ela mais pareça um “remédio”,
está bem longe de sê-lo.
A noz macadâmia é antes de tudo um delicioso
alimento, nutriente e nutritivo, que agrada ao paladar
e se aclama com alegria até mesmo nas mesas mais
refinadas, seletas e exigentes.
E possui serventia múltipla, pois dela extrai-se
um óleo alimentar nobre, que corresponde a um
excelente lubrificante estomacal. Em indústrias
alimentares, bolos, biscoitos e sorvetes se fazem com
nozes macadâmia. E na indústria de cosméticos
e de artigos de beleza, a noz macadâmia é
muito apreciada, por suas propriedades hidratantes,
seu cheiro delicado e agradável e sua maciez.
É natural, portanto, que se forme e esteja formando
uma aura positiva em torno das nozes macadâmia.
Esta aura cria uma curiosidade em torno dela, e as pessoas,
logo na somatória o “mercado”, passam
a querer conhecê-la e a experimentá-la
de perto.
Quanto mais aumenta a informação sobre
as faculdades e o conjunto de propriedades da macadâmia,
tanto mais a sua demanda se expande. E se os pomares
se expandem, mas de forma gradual e lenta, é
de se esperar que os preços permaneçam
“altos”, quando de fato não o são.
De fato, é bom lembrar que no mundo dos frutos
secos, as nozes macadâmia possuem numerosos bens
outros, que lhe são substitutos imperfeitos.
Mas que competem com as nozes e lhe jogam o preço
para baixo, gerando pequena margem de ganho ao produtor
de macadamia. Figuram neste rol a noz tradicional; a
castanha de caju; a amêndoa; a avelã; a
noz do Brasil; o pistache; e o amendoim.
Entre as principais razões determinantes do preço
das nozes macadâmia se encontram as seguintes:
• Disponibilidade quantitativa do produto;
• Oferta dada uma nova safra que entra;
• Consumo no mercado doméstico;
• Consumo no mercado internacional. Logo, a existência
de uma economia saudável, ou não, que
esteja estabilizada ou não, neste caso, fragilizada.
A noz macadamia é uma commodity por excelência
e seu preço é determinado no mercado internacional.
• Custo de produção, que inclui
o trato do pomar de nozes macadâmia; o preço
da mão de obra; o custo dos fertilizantes, como
nitrogênio, fosfato e potássio; as taxas
e os impostos; e a manutenção da infra-estrutura
industrial associada a esta produção;
• A descoberta de novos usos para a noz;
• O prazo bastante demorado para que um pomar
comece a apresentar rendimento, próximo aos 10
a 12 anos;
• O custo de reposição das mudas,
que nem sempre se adaptam integral e igualmente a um
terreno e que acabam requisitando substituição,
o que encarece a produção;
• Outros fatores, como as mudanças climáticas
e seu crescente radicalismo, o que modifica o regime
dos tratamentos fito-sanitários e o processo
de atuação do pessoal em campo.
Perspectivas das nozes macadâmia
– macadame.
Haja vista os fatores anteriormente detalhados e analisados,
pode-se afirmar que as perspectivas das nozes no Brasil
são excelentes, venturosas e bem positivas.
Embora possa haver uma expansão do cultivo da
árvore na América e em outros continentes,
dada a rusticidade que ela apresenta e os preços
aparentemente atraentes, em função da
demanda internacional e local, a expansão produtiva
se assevera “moderada”.
As frutas secas substitutivas da noz macadame freiam
sua expansão. Culturalmente, é forte a
presença da castanha de caju, assim como a do
amendoim, vendidos a preços “irrisórios”
no mercado doméstico.
E como os diferenciais de preços são significativos,
eles limitam a expansão da oferta em ritmo mais
acentuado, a favor da noz macadame.
É interessante perceber que mais recentemente,
dada a sobrevalorização cambial, que dificulta
e impede sobremaneira as exportações,
sem que exista nenhuma medida de política internacional
compensatória a favor dos noticultores de macadame
ou outros frutos secos brasileiros; e dada a queda drástica
na demanda agregada dos países ricos em função
da crise mundial de 2008-2009, que prossegue, embora
a ritmo de lenta retomada, os produtores procuraram
voltar-se ao mercado interno.
Sucede que além deste ter os seus limites, ele
está “tomado”, dominado por grupos
de interesses bem caracterizados, no circuito logístico
dos produtores / beneficiadores / transportadores /
distribuidores / membros de canal de varejo –
terminal.
Logo, a capacidade de consumo pode existir no mercado,
mas a vontade de abrir mais esta opção
ao consumidor é assunto de estratégia
comercial dos fortes grupos de supermercadistas.
Estes, caso interessados, podem encontrar na noz macadames
uma interessante e versátil fonte adicional e
importante de renda.
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