Ano 3 - N°6 - Volume 6- 2.010.

Revista Científica e Tecnológica, RCT .

IBCI – Institutional Business Consultoria Internacional.

HIGH IMPACT TECHNOLOGY – HIT

A RCT, da IBCI, é uma edição eletrônica mensal, que apresenta sínteses de pesquisas, levantamentos e consultorias empresariais realizadas pela empresa junto aos seus clientes e ao universo empresarial.
Esta é uma forma de compartilhar conhecimentos e de oferecer resultados afeitos aos serviços realizados. O saber e o conhecimento correspondem a um patrimônio precioso, cuja disseminação reforça as metas de produtividade, qualificação e desenvolvimento organizacional.
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Como aplicar o seu dinheiro e poupança: é fundamental contar e ter um administrador e consultor financeiro ao seu lado.

Palavras-chave: aplicação financeira; investimento; depósito em dinheiro; rendimento; retorno de uma aplicação; confiança em retorno de carteira; carteira; portfólio; retorno de carteira; administração financeira profissional; confiabilidade em bancos; credibilidade bancária; retorno e acompanhamento de CDB, poupança, fundos de investimento e fundos de retorno variável; prejuízos em aplicações financeiras.

Key-words:
financial application; investment; deposit in species; return of a financial investment; trustworthiness in the rate of return of a portfolio; portfolio; professional financial management; trustworthiness in banks; banking trustworthiness; return and follow-up of financial assets as CD, savings accounts, investment funds and variable rate of return generator funds; losses in financial applications.

Resumo.
O autor parte do princípio de que a crise que destruiu fortunas pessoais e poupanças poderia ter sido evitada em parte, caso as pessoas utilizassem e contratassem em regime regular os serviços dos consultores e gestores financeiros independentes, que não possuem relações bancárias e cujo compromisso ético é com os investidores e aplicadores de recursos, em regime profissional. Os bancos no exterior teriam demonstrado pouco interesse em frear a crise que se avizinhava, porque seus lucros crescentes os cegavam e os seus acionistas dos bancos querem é maximizar dividendos no curto prazo. Ademais, os bancos criaram um hábil sistema de “administração de descompromissos”, pelo qual as diretorias não aparecem aos clientes, depositantes, e tomadores de credito. Apenas aparecem gerentes juniores ou simples gerentes de contas, que ao menor sinal de prejuízo ou irrupção de problema bancário rodam de posição ou são demitidos, deixando sem rastro o relacionamento bancário-cliente. Este é um problema grave, de relationship management, que não tem merecido o devido peso, e que a legislação mundial ainda desguarnece e não foca. Logo, cabe tomar medidas de acompanhamento do retorno real das carteiras de aplicação financeira, pelos investidores. E saber transitar, trafegar, no mercado das aplicações e dos intermediários, permanecendo com aqueles que se mostram deveras bons e éticos profissionais, e instituições comprometidas com o crescente poder aquisitivo patrimonial dos recursos de terceiros que gerenciam.

Abstract. The author states that the financial and banking crisis of the years 2008 – 2009 is longlasting and continuous. It might be reduced with some measures related to liquidity and assets management, however the core of the problem still remains. Bankers are being pushed to0 generate short term, immediate results, looking to maximize the distribution of dividends for their stakeholders and owners. And then hire low wage, junior, new managers, who make unstable promises to financial investors, and which are normally difficult to be fulfilled, given the economic and political changes. It is essential in this sense to add up to macroeconomic measures, many others from a microeconomic, marketing, legal and relationship management points of view. And for those who have savings, resources, money and want to apply, it is essential to have, to hire and to learn to deal with financial, independent counselors, who are not committed to banks and who make serious evaluations of financial, banking, rates of return.


A crise econômica mundial abateu-se sobre os países com força extraordinária a partir de meados dos anos 2008.
Uma das principais razões apontadas para tal crise, que começou com o mercado hipotecário dos Estados Unidos da América, ou dos títulos sub-prime, seria a leviandade com a qual se deixou prosseguir a liberação de créditos. E some-se a isto, a forma pela qual os bancos e os banqueiros no exterior estariam lidando com os seus clientes.
Òbviamente, isto significa que se estabeleceu entre credores e devedores, agentes que emitem e aqueles que compram títulos financeiros, banqueiros e clientes, um clima de desconfiança.

Em quem acreditar? Esta é a pergunta correta que se faz toda pessoa que queira aplicar, depositar, investir e ver bem gerenciada a sua poupança, o seu dinheiro, a sua conte corrente bancária.
E a resposta não é simples.

Não é possível acreditar naqueles que inventaram mecanismos que maquiaram títulos financeiros podres e os puseram à venda, à disposição dos depositantes, que com trabalho e sacrifício, querem ver o fruto justo de juros aumentarem em depósitos feitos junto a bancos.

Não é possível acreditar em bancos que fazem milionárias despesas em propaganda, mostrando com animação um estilo e uma qualidade de vida que é detida por poucos, incitando a aplicar em fundos de investimentos e em papéis financeiros, que depois se revelam sem lastro, sem base, sem futuro. São um mico, uma roubada, como se diz na gíria do mercado.

Não é possível acreditar nas instituições financeiras e nos bancos, se dizem os aplicadores de dinheiro, se a legislação é frouxa, e dá vantagens ao banqueiro, que se salva de suas responsabilidades, que pula e se transfere a outro banco depois de ter quebrado um, e ainda por cima leva bônus milionários para casa.
E existe fundamento para isto, porque certamente a crise dos Estados Unidos da América é a maior desde 1929, o ano fatídico do crack da Bolsa de Nova Iorque.
Então, o que fazer? Esta é a pergunta básica de todo e qualquer aplicador, de quem quer fazer e faz poupança com honestidade.

Não existe uma resposta mágica para esta pergunta. Mas alguns caminhos e algumas soluções podem ser dadas.
Primeiro, continuar desconfiado e desconfiando. A situação é complicada e não parecem ser os banqueiros aqueles que resolverão a crise de desconfiança que eles mesmos em grande dose ajudaram a construir.
Segundo, é preciso ser seletivo. Isto é, dados os intermediários existentes, os bancos disponíveis, é necessário diferenciar entre os que estão “bem”, daqueles que estão “mal”; daqueles que cumpriram o que prometeram, ou atenderam a um contrato, daqueles que descumpriram, voltaram atrás, deram prejuízos, ou ficaram indiferentes à penúria que se abateu sobre os depositantes.

Terceiro, é vital estudar o perfil de si mesmo, dos bancos e das financeiras, para então saber o que depositar, quanto, por quanto tempo, junto a qual intermediário.
Quarto é preciso acompanhar vigorosamente, continuamente, regularmente, o retorno dos seus investimentos de pessoa física, ou seus retornos de pessoa jurídica, e ver se de fato o banco administrador dá e assegura retornos, lucros, ganhos, ou se apenas é mais um gerador de discursos que acabam virando um prejuízo enorme para o aplicador.

Neste sentido, o que defendemos é a mudança de mentalidade e de postura do investidor, do aplicador de poupanças e de dinheiro.
Não adianta trabalhar enormemente, fazer poupança e vê-la destruída impessoalmente por bancos e financeiras como se viu acontecer nos EUA, na Europa e na Ásia.
Não adianta depois reclamar, exigir seus “direitos”, gritar e se esgoelar, se o tufão já passou e deixou apenas prejuízos em sua rota.

Isto é conseqüência de falta de acompanhamento. É necessário que cada investidor, poupador, aplicador de dinheiro em poupança, em CDB, em ações, em fundos de investimentos e outras opções que houver, se conscientizem que é preciso cobrar retorno mensal, bimensal e logo contínuo de quem recebeu a função de ser administrador de recursos.

O investidor, o aplicador, dirá que é caro tem um analista de investimentos ao seu lado. Ele custaria “muito” e por isso não seria útil contratá-lo.
Nada mais equivocado. O analista é substituível e existem inúmeros à disposição, nas grandes metrópoles, concorrendo e aceitando remunerações modestas, razoáveis. Se não servirem, podem ser substituídos com rapidez e discrição. Se servirem, serão mantidos por tempo indeterminado. E não tê-los significa aumentar a probabilidade de registrar prejuízos na carteira de investimentos. Isso sim é que pode custar caro. E tanto mais caro fica, quanto maior é o valor do principal de uma carteira ou o dinheiro que um investidor pode disponibilizar para fazer investimentos.

É preciso cobrar. É obrigatório colocar o guizo no gato. É necessário ficar encima daquele a quem se deposita a confiança de gerir o nosso recurso (e não ficar atrás, porque isto seria uma posição passiva e o mal já poderia ter ocorrido). É vital, portanto estar informado, saber do que está acontecendo com o seu depósito, o seu capital, a sua poupança. E não ter nenhuma vergonha, nenhuma inibição, de cobrar o justo retorno de uma aplicação financeira, o justo valor de lucros a receber de fato.

E se o administrador não der o retorno prometido para dado período, que seja substituído por outro melhor, sem dó nem piedade, em nome da eficiência, da racionalidade e da correção econômica e financeira.
Não é o aplicador, o poupador, o trabalhador, a aposentada, a viúva, a doente, a assistida, que deve pagar pela incompetência e pela falta de honestidade de um mau aplicador dito “profissional”.
Quem tem que pagar, sem receber salários estratosféricos no fim do mês e bônus anuais milionários pagos pelo contribuinte para “salvar os bancos”, como aconteceu nos EUA, pela sua incapacidade de rentabilizar uma carteira, é o “administrador profissional de carteiras”.

Neste sentido, cabe aos bons aplicadores, poupadores, investidores e gestores de recursos adotar algumas medidas práticas. Entre elas, destacamos as seguintes:

• Determinar o valor de suas aplicações financeiras em bancos e nos intermediários financeiros;
• Determinar o seu perfil de investidor. Se a pessoa é avessa ao risco, ou amante ao risco, ou neutra ao risco.
• Determinar o que a pessoa quer estabelecer como meta de aplicações financeiras, dado o seu perfil, a sua idade, a sua família, as necessidades que ela possui e aqueles a quem sustenta e afins.
• Mapear as instituições financeiras com as quais trabalha. Estar informado e “saber de tudo” sobre as instituições. Isto inclui as políticas de aplicação; as políticas de retorno e de distribuição de dividendos; a política de recursos humanos e de pessoal, como remoção e turn-over de gerentes de carteira; as promoções que virão; os produtos e serviços oferecidos, descontinuados, por aparecer; a política de marketing e de formação de imagem; a posição da federação em relação ás instituições;
• Mapear e entender de política monetária e fiscal. Freqüentemente, entender de política comercial e cambial;
• Optar por estudos de distribuição de recursos em carteira;
• Escolher analista ou analistas de investimentos, para conhecer a opinião e as dicas que eles possam dar.
• Verificar se as aplicações dão ganho real. Caso apareçam prejuízos, cobrar a posição por produto, por gerente, por banco.
• Caso o banco ou administrador dê bons retornos, mantê-lo e até aumentar as aplicações nele. Caso contrário, estabelecer uma política ágil de emigração a outras entidades. Selecionar adequadamente o volume, o tipo, o local, a data, a entidade, de partida e re-entrada.
• Estar presente no aplicador de seus recursos. Marcar presença e mostrar que se está por dentro, bem informado, é um sinal inequívoco de vida. Isto motiva melhores rendimentos e é um sinal evidente de pressão. Como diz o ditado: “é o olho do dono que engorda o gado”.
• Cumprir a palavra. Se o aplicador rendeu o que prometeu, ótimo. Se não cumpriu, encontrar outro no seu lugar pode ser necessário, quanto mais para montantes de recursos maiores. Quem tem pouco, se mobiliza pouco, porque seus graus de liberdade e de movimento se limitam. Quem tem muito pode se mexer e tem o interesse em se movimentar, pois dinheiro parado não rende, apenas gera comissão para o banqueiro. E aí, se for dito “não rendes, eu saio daqui a X meses”, que se cumpra de verdade.
• Auditar as contas e o desempenho do próprio analista de investimentos.
• Investir e aplicar mais, com cuidado e cautela, no que conhece - no que sabe, no que apresenta dado informação. A perda certa acontece no que não se conhece e quando o mercado é de privilegiados, afeitos a monopólios e operações feitas em grupo fechado, com insiders.


Istvan Kasznar – Ph.D

Professor Titular NRD6 da Fundação Getúlio Vargas, na EBAPE – Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas;
Professor – Conferencista do IBMEC; PUC – Pontifícia Universidade Católica e UERJ – Universidade do Estado do Rio de Janeiro.
CEO da IBCI – Institutional Business Consultoria Internacional e da VFABN.
Conselheiro Econômico do Instituto Dannemann Siemsen da Propriedade Industrial – IDS.


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