TEXTOS QUENTES
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- IBCI - Estabilidade Macroeconômica, Política
Monetária e Taxas de juros no Brasil.
Por
Istvan Kasznar - PhD.
istvan@ibci.com.br
Sempre, independente do prazo, a boa política
macroeconômica prega que é vital obter
e manter a estabilidade.
A estabilidade foi exposta e vendida
à Nação como uma grande meta,
com loquacidade, pelo governo FHC, e dada como uma
realidade no seu encerramento em Dezembro de 2002.
Mas, teria sido ela realmente alcançada?
Dispomos de evidências irrefutáveis
de que o caminho para uma evolução macroeconômica
foi alcançado? Há como comprovar que
as oscilações do ciclo dos negócios
foi minimizada?
Sendo realmente calmo o ambiente
macro, o novo governo do Brasil apenas terá
de remar na direção certa, sem nuvens,
nem tempestades. Será isto tão simples,
assim?
Estabilidade:
o que é? Quando ocorre?
A estabilidade
é geralmente analisada à luz do comportamento
de três macro-variáveis, a saber, o crescimento
do produto, a evolução da inflação
e o saldo do Balanço de Pagamentos.
Evidentemente, o que
a autoridade econômica precisa obter e garantir,
ao usar os instrumentos de política de que
dispõe, é que exista um bom balanceamento,
uma boa calibragem, entre estas três macro-variáveis.
Elas precisam se comportar dentro de um padrão
bem comportado, sem maiores oscilações,
e, sobretudo permitindo o desenvolvimento econômico
de longo prazo.
Abusos no comportamento
destas macro-variáveis não são
recomendáveis. Inequivocamente, levarão
à falta do balanceamento, e com isto chega
um desequilíbrio que prejudica a população
em geral.
Um dos maiores desafios,
porém, que existe ao se querer estabilizar
este tripé de curto prazo, de crescimento,
preços e reservas externas, reside no fato
de que as políticas a serem praticadas na direção
da estabilidade envolvem efeitos paradoxais e contraditórios
entre si.
Combater a inflação
mediante uma rigorosa contração monetária
é eficaz, porque a inflação cai
com o passar do tempo. Mas a taxa de juros sobe, e
então há efeitos a evitar, como o aumento
da divida interna pública e a retração
do consumo e do emprego.
É preciso saber
conciliar interesses, momentos, dosagens, e prazos,
ao adotarem-se medidas de política econômica.
E é necessário compreender que num estágio
democratizado, as forças políticas exercem
influencias múltiplas, que possuem lógica
e racionalidade para um grupo que quer alcançar
um objetivo, dado o seu interesse. Mas este não
é necessariamente o interesse geral, o que
cria ruídos, brigas e jogos de relacionamento
e de negócios reais que não são
cooperativos.
Isto significa que as
políticas macro devem levar em conta a lógica
e a falta de lógica dos grupos de interesse,
dos políticos, e dos fazedores de política,
para que elas sejam minimamente contraditórias,
a fim de não gerarem efeitos indesejáveis,
e se manterem sustentáveis e auto-sustentáveis
por muitos anos.
Sustentáveis,
para permanecerem as mesmas, sem colocarem o país
fora dos trilhos do bom desenvolvimento. Oscilando,
criam variações que geram imprecisões,
incertezas e desconhecimentos do futuro. Nessa hora,
os empresários param de investir e os consumidores
puxam sua procura por bens e serviços para
baixo.
Auto-sustentáveis,
para que o próprio país, mediante seus
recursos e condições, dê chances
de garantir a si próprio. Até porque,
depender do exterior pode levar a armadilhas cambiais
e de endividamento, o que pode acrescentar uma fonte
de instabilidade ao país.
A sustentação
e a auto-sustentação macroeconômica
pode ser feita de tal maneira, que os macroindicadores
flutuam, mas pouco, e sempre perto de um nível
de equilíbrio desejado. Isto é, ficando
perto de um núcleo, de um centro, sem que fatores
negativos venham a prejudicar trajetórias desejáveis.
Este banco
de dados é um instrumento essencial, prático
e de aplicação imediata para decisão
Mercadológica. Ele é vital para fazer
políticas de Marketing corretas, de atacado
e de varejo, em todo o Brasil.
Quem atua
em Marketing Político e Eleitoral, conhecerá
de perto facetas primordiais de seu público
eleitor.
Crescimento e
Desenvolvimento
Aumentar
o volume da produção, para atender o
consumo de uma população em expansão
e alocar corretamente os recursos disponíveis
e contratados, é a função básica
de toda medida governamental, destinada a exercitar
políticas que atendam os cidadãos.
Isto quer dizer que em
relação ao crescimento do produto, ou
do PIB, o que se quer é que ele cresça,
aumente, e com isto deixe as pessoas providas de bens
e serviços que lhes garantam uma vida melhor,
mais qualificada. E que, face às ambições
e aos valores culturais de cada cidadão, suas
comunidades se tornem cada vez mais ricas, vivendo
melhor e mais satisfeitas, especialmente se existir
um bom padrão de distribuição
de riqueza.
No caso do Brasil, taxas
anuais de crescimento do PIB entre 4% e 7% seriam
as ideais. Isto, porque elas fariam o produto per
capita aumentar em termos reais. Ademais, elas seriam
suportáveis, porque são sujeitas às
limitações proporcionadas pelo parque
produtivo, pelas técnicas locais de distribuição,
estocagem e logística, e porque dependem de
nossa capacidade de bancar as compras no exterior,
pela via da disponibilidade de reservas cambiais em
caixa. Infelizmente, estamos muito longe delas e distanciamo-nos
delas a cada ano que passa. Estamos patinando desde
2001 / 2002 à medíocre taxa de 1,5 %
ao ano, o que é uma garantia de instabilidade.
E com isto aparecem as evidências de empobrecimento,
de insatisfação e de não geração
de empregos.
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