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003 - IBCI -AS TAXAS DE JUROS PRATICADAS NO BRASIL

Por Istvan Kasznar - PhD.  
istvan@ibci.com.br  

__A indignação da nação com as taxas de juros elevadas praticadas no país é procedente. Não é possível fazer compras no crediário, nem investimentos maciços, nem aplicações sem risco, num quadro de custos financeiros escorchantes.

  Todavia, o foco do problema não está nas taxas praticadas pelos bancos. Pode até haver um abuso aqui ou acolá.

  O problema está na magnitude da dívida interna pública, na estrutura macro do Estado, nas demandas por serviços e bens públicos, no empobrecimento da população; e na incapacidade de atração de capitais estrangeiros para fins de parcerias.

  Para girar a dívida, o Estado drena as disponibilidades financeiras do setor privado para si, instituindo uma poupança forçada.

  Os altos depósitos compulsórios e o dirigismo que afeta a forma de atuação dos gestores de fundos de renda fixa e variável, reduzem para patamares irrisórios os recursos bancários livres para empréstimos. De tão raros e obrigados a compensarem com retorno bancário também os recursos captados com títulos remunerados, mas congelados nos compulsórios, esses recursos se tornam caros, impagáveis.

  Por esta razão, enquanto o governo não se auto-enxugar para padrões capazes de serem pagos pela sociedade, os juros continuarão altos e isso não tem nada a ver com as atitudes dos bancos.

- Este artigo foi cedido à ACREFI, pelo Prof. Istvan Kasznar.
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